As aulas de trajetórias do ser estão cada vez mais fortes e os exercícios de desdobramento mais intensos.
Nesta semana continuamos a experimentar a atividade da semana anterior.
As histórias do oculto caracterizam mais que o pitoresco das narrativas, pois junto com os fatos surgem um toque muito íntimo do ser que a conta, trazendo a tona um pouquinho da personalidade de cada um que se põe em cena e partilha com todos seus segredos de medos e traumas escondidos e muitos deles esquecidos, que somente depois de estímulos conseguiram ser resgatados da memória.
Enfim juntamente com os fatos reais vivenciados por cada personagem que se expõe contando o que estava oculto, conseguimos conhecer algumas marcas particulares que individualiza cada um desta turma.

 

Este tema marca o término de uma sequência de assuntos debatidos em classe. Depois de vários seminários introdutórios chegamos neste capítulo no qual nos remete a idéia de fé teatral, onde esta nos permite recriar objetos em objetos já existentes, também temos muitos exemplos de espetáculos que brincam com esse tipo de recurso, buscando despertar através do imaginário popular a compreensão e sensibilidade da platéia.

No exercício de desdobramento foi muito interessante o fato de darmos continuidade aos trabalhos da aula anterior, mas desta vez com uma pequena observação da prof. Wlad, que nos orientou a refletimos sobre uma história marcante de nossa família, porém não bastava ser marcante teria de ser misteriosa. Com essa nova orientação tivemos alguns minutos para conversar com a nossa dupla e relembrar as histórias.

As duplas e o trio da sala conversaram bastante, e depois fomos convidados a colocar em comum a história lembrada. Apenas três duplas participaram deste momento, dentre elas a minha, foi estranho ter de revelar algo que era só seu para tantas pessoas, mas acredito que foram bons embora agora todos quando me avistam já lembram e comentam ou mesmo piscam, lembrando da minha história.

Concluído o trabalho das duplas a professora pediu que os demais alunos retirassem fragmentos marcantes de nossos relatos, todos os alunos retiraram momentos interessantes e marcantes, porém o comentário do Renan foi engraçado a tal ponto que só de lembrar fico com vontade de sorrir novamente. Ele comentou um fato ocorrido enquanto a dupla Kátia e Felippe contava suas histórias, sendo que o Felippe não conseguiu lembrar-se de nenhum momento que se responde a proposta feita para a execução do exercício, então a Kátia contou sua história, que envolvia uma tragédia e um mistério de um mundo espiritual, que por sua vez apavorou o Felippe que estava sentado o seu lado, e que em um momento colocou a mão no rosto e ficou em uma posição que lembrava Chico Xavier.

Quando a comparação foi feita ninguém resistiu aos risos.

Esta aula sem dúvidas ficará para sempre em nossa história, tanto pelos conhecimentos adquiridos e também pelo crescente entrosamento da turma.

Neste dia o que mais me chamou atenção foi o trabalho de desdobramento que para falar a verdade mexeu bastante comigo, pois ele foi muito intenso e os colegas que o realizaram viveram de corpo e alma, e por isso foi emocionante para eu vê-los se entregarem sem reservas e falarem de histórias que sem dúvida os tocavam, pois as lagrimas rolaram e pude notar que eram verdadeiros os sentimentos ali mostrados.

O exercício em questão é o da cadeira e do oculto, onde um senta-se na cadeira e deve desabafar, falar com alguém que precise revelar algo ou mesmo uma questão mal resolvida. Já o que faz o papel de oculto deveria contar uma história marcante de sua família, e foi assim que surgiram as emoções que contagiaram toda a sala.

Todos saíram da aula reflexivos com tudo que tinham escutado, e isso posso afirmar com certeza, pois o caminho para o ponto de ônibus nunca foi tão longo e quase sem comentários, e os poucos que surgiram foram referentes às sensações que tínhamos acabado de experimentar.

Resumidamente a aula foi uma descoberta maravilhosa, pois o seminário foi brilhantemente explicado e muito bem discutido com uma participação enorme da turma e um vendaval de sensações que é inexplicável para se descrever.

Saudade.

 

José Antônio Oliveira de Resende Professor de Prática de Ensino de Língua Portuguesa, do Departamento de Letras, Artes e Cultura, da Universidade Federal de São João del-Rei. Sou do tempo em que ainda se faziam visitas. Lembro-me de minha mãe mandando a “Gente” caprichar no banho porque a família toda iria visitar algum conhecido. Íamos todos juntos, família grande, todo mundo a pé. Geralmente, à noite. Ninguém avisava nada, o costume era chegar de para quedas mesmo. E os donos da casa recebiam alegre a visita. Aos poucos, os moradores iam se apresentando, um por um. – Olha o compadre aqui, garoto! Cumprimenta a comadre. E o garoto apertava a mão do meu pai, da minha mãe, a minha mão e a mão dos meus irmãos. Aí chegava outro menino. Repetia-se toda a diplomacia. – Mas vamos nos assentar, gente. Que surpresa agradável! A conversa rolava solta na sala. Meu pai conversando com o compadre e minha mãe de papo com a comadre. Eu e meus irmãos ficávamos assentados todos num mesmo sofá, entreolhando-nos e olhando a casa do tal compadre. Retratos na parede, duas imagens de santos numa cantoneira, flores na mesinha de centro… casa singela e acolhedora. A nossa também era assim. Também eram assim as visitas, singelas e acolhedoras. Tão acolhedoras que era também costume servir um bom café aos visitantes. Como um anjo benfazejo, surgia alguém lá da cozinha – geralmente uma das filhas – e dizia: – Gente, vem aqui pra dentro que o café está na mesa. Tratava-se de uma metonímia gastronômica. O café era apenas uma parte: pães, bolo, broas, queijo fresco, manteiga, biscoitos, leite… tudo sobre a mesa. Juntava todo mundo e as piadas pipocavam. As gargalhadas também. Pra que televisão? Pra que rua? Pra que droga? A vida estava ali, no riso, no café, na conversa, no abraço, na esperança… Era a vida respingando eternidade nos momentos que acabam… era a vida transbordando simplicidade, alegria e amizade… Quando saíamos, os donos da casa ficavam à porta até que virássemos a esquina. Ainda nos acenávamos. E voltávamos para casa, caminhada muitas vezes longa, sem carro, mas com o coração aquecido pela ternura e pela acolhida. Era assim também lá em casa. Recebíamos as visitas com o coração em festa… A mesma alegria se repetia. Quando iam embora, também ficávamos a família toda, à porta. Olhávamos, olhávamos… até que sumissem no horizonte da noite. O tempo passou e me formei em solidão. Tive bons professores: televisão, vídeo, DVD, e-mail… Cada um na sua e ninguém na de ninguém. Não se recebe mais em casa. Agora a “Gente” combina encontros com os amigos fora de casa: – Vamos marcar uma saída!… – ninguém quer entrar mais. Assim, as casas vão se transformando em túmulos sem epitáfios, que escondem mortos anônimos e possibilidades enterradas. Cemitério urbano, onde perambulam zumbis e fantasmas mais assustados que assustadores. Casas trancadas… Pra que abrir? O ladrão pode entrar e roubar a lembrança do café, dos pães, do bolo, das broas, do queijo fresco, da manteiga, dos biscoitos do leite… Que saudade do compadre e da comadre! Não deixe de fazer algo de que gosta, devido à falta de tempo, pois a única falta que terá será desse tempo que, infelizmente, não voltará mais.

MÁRIO QUINTANA

Os chineses conceituam a crise “crase”, pois a crase é a fusão de duas letras a e a crise nada mais é que a junção de dois acontecimentos opostos.

Podemos destacar os maiores males do mundo moderno, e eles são:

  • Desequilíbrios ambientais;
  • Ameaça de aniquilação nuclear;
  • Violência gratuita;
  • Fanatismo;
  • Aushwitz;
  • Hiroshima.

Após a exposição do texto continuamos a construção do exercício que havíamos iniciado na aula anterior, de lembrar nossos passos do chegar e casa até a hora de dormir.

Agora recebemos novas instruções e elas eram para realizarmos nossa coreografia de uma forma que disfarçássemos o que realmente estávamos fazendo.

A princípio foi bem complicado desconstruir o que tínhamos construindo e mais, de ordenarmos a nossa coreografia com o do nosso parceiro, porém tudo ocorreu bem e o resultado dos trabalhos foi lindo.

É interessante observar o comportamento das pessoas e perceber como os seres humanos reagiram em determinadas situações. Foi o que percebi na aula desta segunda-feira, pois no as debate opiniões dos alunos eram muito diferentes. Então no momento em que era propício para a exposição de idéias e pontos de vista de todos, tornou-se uma luta para ver qual a análise mais correta sobre os textos expostos.
Desta forma acreditei então que minha interpretação sobre os mesmos textos e era inútil, que não valia a pena colocá-la em comum. A professora Wlad mostrou uma grande insatisfação com atitude dos demais alunos.
A minha omissão foi justamente por julgar insignificante o meu entendimento perto da análise profunda que meus colegas estavam defendendo, pois eles abordavam aspectos históricos, artísticos e territoriais, tão fundamentados causou-me intimidação.
Com a insatisfação declarada encontrei espaço para falar o que tinha entendido ao ler o texto e pude perceber que por mais insignificante que seja a minha análise ela é minha e se não colocá-la em comum não ajudarei na construção de uma nova visão sobre os assuntos abordados e isso não só em sala de aula, mas na totalidade da vida.

Tempo – É a sucessão de dias, horas, minutos e segundos.

Memória – Faculdade de conservar algo.

No contexto histórico houve uma grande mudança no âmbito da arte.

Antes a arte relatava a relação entre o homem, a natureza e os deuses. Agora a arte relata a relação do homem consigo mesmo.

Identidade e Memória na terra de Todos

Cada segunda um novo obstáculo, um texto diferente que não se entrega com facilidade a nossa compreensão, porém através de muita insistência ele se revela e vem para enriquecer nossos conhecimentos. E assim têm ocorrido desta forma todas as semanas.

O texto relata o choque que há na cultura com a chegada dos imigrantes, modificando assim os hábitos de um povo.

Através das mistura culturas ocorreram grandes mudanças sócias de todos os povos. Mudanças estas que causaram perdas de partes de práticas da cultura do povo, porém houve o enriquecimento com traços das práticas culturas dos outros.

Para o desdobramento de hoje recebemos uma atividade muito interessante, que era a de criar uma coreografia para a nossa música mais querida, utilizando para essa construção os gestos que realizamos do chegar a casa até o dormir.

Aparentemente muito fácil, porém os gestos devem conter de um toque pessoal com o significado igualmente particular, entretanto depois de tê-lo construído surge uma nova orientação que é a de executar em dupla o que tinha idealizado sozinha, então meu desafio maior é abrir mão do que idealizei para o bem da dupla.

Não tive a liberdade de escolher com quem gostaria de trabalhar, mas de qualquer forma metade da turma não teria. Mas fiquei feliz com meu parceiro de trabalho (exceto pelo fato dele fumar).

Agora a construção da coreografia estende-se para a próxima aula, bem mais complexa, porém mais estimulante devido os acordos e a aproximação que deverão surgir entre as duplas formadas.

Por alguns minutos achei que não conseguiria, que não chegaria e que  fracassaria logo em meu primeiro seminário, mas graças a Deus ocorreu tudo bem.

Cheguei muito atrasada, mas consegui apresentar-me.

Estava muito nervosa, mas acredito que me fiz compreender por todos.

No decorrer da aula fui acalmando-me e pude apreciar e participar do debate sobre do seminário que abordava um assunto até então era desconhecido para mim que é Narrativas Enviesadas.

Estudando este tema pude notar que temos várias possibilidades de criar espetáculos enviesados e que o legal de construir um espetáculo assim é dar inúmeras possibilidades de entendimento para o público e de identificação com o seu cotidiano.

Logo depois que o tema foi debatido realizamos o exercício de desdobramento que foi muito interessante, pois houve a participação efetiva da turma.

As instruções eram que nos lembrássemos de uma imagem de nossa infância e a representasse, depois a professora Wlad nos perguntava quantas pessoas formavam a nossa família e pedia que os alunos de maneira voluntária formassem a nossa família e baseados em impulsos de seu coração realizassem movimentos. E assim se fez ouvindo apenas as batidas do seu próprio coração os movimentos foram livres e depois de um tempo o aluno que tinha se lembrado de sua imagem de infância saia de cena e tinha a possibilidade de ver o resultado da construção e avaliaria se tinha ou não semelhanças com sua família de verdade.

A professora nos deu oportunidade de comandar o jogo e dois alunos se apresentaram para esta função.

Primeiramente o Rafael assumiu a cadeira e passou uma sequência gigantesca de comandos que ao saber que teria de repetidos mais uma vez ele ficou meio perdido dentro de seus próprios comandos. Já o Leandro deu apenas três comandos, porém muito confuso, acredito que nem ele próprio sabia o que queria, tornando assim muito rico o nosso momento de partilha depois que a atividade tinha se findado, pois analisamos nossa postura quando recebemos uma ordem e de como repassamos uma ordem criada por nós mesmos.

Cada dia eu enfrento um desafio novo e sinto-me com mais certeza de que fiz a escolha certa e de que crescerei muito em todos os sentidos de minha vida.

Sendo hoje sábado, posso afirmar com muita convicção das experiências que vivi durante os últimos dias.

Os registros contidos nesta postagem é apenas uma forma de publicar o que aconteceu durante esta semana em minha vida como um todo.

Tenho muitas preocupações, pois não tenho certezas, mas muitas dúvidas, sobre o que farei para estar de corpo e alma dedicando-me as disciplinas e trabalhos sem deixar de lado as outros compromissos que já tenho.

Tenho medo de não conseguir acompanhar a turma e de não obter um bom aproveitamento dos conteúdos discutidos em sala, porém devo ressaltar o prazer que tive a me ver realizando um exercício que nunca me imaginei fazendo e de perceber que eu também sou capaz mesmo com minha inexperiência pude realizar com êxito a proposta dada pela professora Valéria nesta ultima sexta.

Resumindo tudo o que percebi nesta semana, é que vou terei de me dedicar muito mais do que era meus planos a princípio para alcançar meus objetivos e neste momento meu foco está em absorver o máximo que puder de todos, tanto professores quanto colegas de classe.

Minha primeira aula foi de trajetórias do ser com a professora Wlad Lima.
Eu estava muito ansiosa para este momento de encontro com toda a turma. Devo confessar também que estava com muito medo, pelo fato de não saber nada do incrível mundo do teatro, ficaria deslocada, mas todos me pareceram muito acolhedores.
Realizamos uma atividade que envolvia falarmos de nós mesmos e o que sabíamos sobre teatro. Então neste momento que fiquei apavorada pensando no que falaria para que não parecesse uma boba diante de todos.
No decorrer do exercício percebi que não adiantaria ter medo e nem nervosismo, afinal cedo ou tarde todos descobririam quem sou e que não sei nada sobre dramaturgos, produtores e menos ainda sobre a história que envolve o teatro.
O fato é que acredito que me desenvolvi bem ao sentar na cadeira (palco) falei o que me veio à cabeça sobre mim e como a foi a inscrição no vestibular para o curso de licenciatura plena em teatro e como isso abalou minha vida.
Foi muito interessante ouvir os outros alunos contarem suas experiências e vivência no universo da arte. Então observando meus colegas de classe se apresentar percebi que todos estavam em busca da mesma coisa que é nos capacitarmos para vivermos de arte, frase esta muito repetida em um exercício de desdobramento proposto posteriormente para os alunos: Rose, Renan, Ramon e Ives.
Para a execução do exercício eles tinham de assumir duas posições, sendo a primeira a posição mais confortável para dormir e a segunda a posição do limite do equilíbrio. Então a professora pediu que eles pensassem na frase que mais se repetia em suas cabeças e que ao repetir mudassem de posição, saindo da primeira e chegando a segunda e depois fazendo o oposto.
As frases que foram escolhidas por eles eram:
Eu sobrevivo de arte, repetida por Rose;
Eu sou psicopata, repetida por Ives;
Ramon repetiu “teatro é vida” e Renan proclamava “Do qual me orgulho”.
Todos os alunos cumpriram sua parte na apresentação inicial, porém houve alguns que tiveram reservas em falar, me acredito que não se sentiram seguros para falar de si a estranhos, mas também acredito que isso mudará através de nossa convivência. Antes que me esqueça, farei registro de algumas das definições de teatro que me chamaram atenção, e elas são:
-> “Teatro é trabalho, é política”.
-> “O teatro é uma ponte entre o mundo e eu”.
-> “Teatro é comunhão, é vida, é se entregar aos impulsos”.
-> “O teatro é arte e expressão, é o ar para os pulmões, é vida”.
Assim termino meu relato sobre meu primeiro contato com a turma e minha primeira aula do curso de graduação em licenciatura plena em teatro 2010.